To repassando as considerações mais importantes sobre as últimas polêmicas e trapalhices da cultura potiguar. A minha resposta foi escrita pra um grupo de debate on line, comentando o texto escrito sobre a abertura do Salão de Artes Visuais. Resolvi publicar aqui pra servir como um tipo de feedback da história toda. Vamos mexer essa panela da cultura!
Opinião Caio Vitoriano
"Só o li o texto agora. Muito bacana Marcílio.
O bate-papo sobre cultura é amplo e complexo. Ainda mais envolvendo artes plásticas
e cênicas, que são mais "difíceis" de consumir. Não sou contra os "Autos", sou a favor. O que tem que se fazer é por uma arte de grande apelo (popular) que vai reunir gente e servir uma menos acessível junto pra ir educando o povo. E o próprio artista meter as caras e fazer uma produção relevante (comercialmente ou não), como o pessoal da música tá fazendo depois de tantos anos (há banda de moleque tocando samba de raiz e ao mesmot empo fazendo shoegazer em inglês). Uma nova leva de jovens músicos e artístas visuais estão por aí e estão tornando a arte produzida por eles mais e mais conhecida, e ao mesmo tempo charmosa e divertida.
A intervenção ou happening (como se chama no meio das artes) do Pedro foi válida pra causar um auê, balançar com vários meios e segmento, gerar um certo interesse, que ao mesmo tempo causa repulsa. Ele ganhou seus holofotes circustanciais. Será que ele tem algo bom pra mostrar de verdade? Veremos.
Caio Vitoriano."
Depoimento - Angela Castro
"oi Marcílio
ta msm difícil a cultura e a política andarem juntas.
no dia da Poesia estava tudo certo para nos apresentarmos no encerramento das comemorações da Funcarte, lá na frente do TAM . enquanto estávamos passando o som cai a trave de cobertura do palco(barra de ferro de 4 mts) ,por pouco não acertam 2 músicos da Rosa de Pedra. Os bombeiros apareceram para avaliar o palco e ele foi interditado (com faixa zebrada e tudo rsr) por falta de condições estruturais para a realização dos shows. Além da banda não se apresentaram Geraldo Carvalho , Tropa Trupe e alguns integrantes da SPVA, os dois últimos poderiam se apresentar no chão, mas não foram coniventes com o desrespeito q passamos. Na msm semana(08/03) participei do show de Elohim Seabra e na segunda música do show o gerador pifou e qd voltou ele teve q diminuir metade do show pois o gerador não suportaria por muito tempo.
Enfim , eis um desabafo de mais um artista que convive com o descaso dos gestores públicos com a cultura potiguar.
E ainda tem o carnaval...(parece que oq importa msm são os números!)
xero queridón!!
Ângela Castro Rosa de Pedra"
Opinião - Laura Diz
"Gostei do seu perfil e do seu jeito de escrever- tb concordo que a arte...
enfim, que orem por nós.
Abs, Laura Diz"
Opinião - Marcelo Gandhi
"marciilio adorei o texto super pontual ,vc pedro e quem mais se
colocar sem medo estao de parabens ,rezo que um dia educaçao,arte e
patrimonio imaterial sejam levados a serio nesse pais pela metade.
grande abrço
marcelo gandhi"
Resposta - Marcílio Amorim
Oi Fernanda, oi Caio, oi Povo!
Antes de tudo quero fazer parte do grupo e ajudar a mexer essa panela da cultura. E quanto a tudo que se deu depois que Pedrinho Pan fez a peformance tem que ser proveitoso de alguma forma, não só por ele que aproveita o momento para ser discutido (que artista não deseja isso?), mas por todos nós, que temos que aproveitar essas coisas pra crescer!
Por causa de Pedro Costa eu consegui matar dois coelhos em uma cajadada só: além de consegui o mote religioso ideal para fechar o ciclo do texto que tava doido pra sair da cachola e não sabia como; e a minha vontade em discutir o atual momento da cultura de nossa cidade e estado. Há um tempo que penso em descruzar os braços e montar um grupo interessado em discutir, protestar, maturar, reinvindicar, descobrir, lançar ideias, de certa forma ajudar na construção de um fazer artístico mais forte, com identidade e rentatividade (todo mundo tem conta pra pagar!).
Não tenho dúvidas que, isoladamente, existam dezenas de propostas consistentes e bastante relevantes, que novos talentos estejam maturando seus trabalhos para crescer diante dos nossos olhos; e muita gente de nossa geração tenha consciência e domínio total do seu trabalho, embora o caminho do grande público, a massa mesmo, ainda esteja muito distante da maioria, a verdadeira arte produzida em nossa cidade é DUCARALHO! Taí: Titina Medeiros, Clowns de Shakespeare, DuSouto, Simona Talma, Pau e Lata, Bugs, Negedmundo, Tropa Trupe, Deadly Fate, Rosa de Pedra, Sayonara Pinheiro, Buca Dantas, Iracema Macedo, Valéria Oliveira, Ítalo Tridade, Jean Sartief, Abimael Silva, Nei Leandro de Castro...
Enfim, acho que talento, sensibilidade e apuro técnico não nos falta, o que falta mesmo é um bom líder (gestor público) para administrar as necessidades sentidas junto a classe artística, refletindo isso em uma atuação satisfatória, dentro daquilo que consideramos bom censo.
Quanto aos autos, já participei como artista durante anos, como público em vários outros e sei o que estou falando. Com a grana de um único auto (os inúmeros existentes), dava pra montar centenas de pequenos espetáculos e montar uma programação pro ano todo! É muita grana em jogo pra uma apresentação bem parecida com um espetáculo “Criança Esperança”. Já existem diversos atores potiguares que simplesmente não aceitam trabalhar em apresentações deste tipo. Fui radical ao dizer que eles não acrescentam nada, mas acho que numa cidade de pouca visibilidade cultural, uma versão distorcida disso não serve como forma de “educar” o público.
Mas mesmo assim seria melhor afirmar que acho que deva existir espaço pra tudo, inclusive e não apenas os autos.
Quanto ao Pedrinho, conheço ele dos rolés das antigas, pegando ônibus e amanhecendo o dia bÊbados pelas paradas da Ribeira e sei do seu potencial, de sua visão particular do mundo e de sua inquietude voltada para coisas que não temos tempo de pensar, ou protestar!
De quebra, ele fez com que todo mundo debatesse o Salão de Artes Visuais e ainda deixou uma perguntinha antiga no ar: O que é arte?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Oi Marcílio. Reproduzo aqui a mensagem que te enviei po orkut. Bj
ResponderExcluirnao tenho twitter, querido. e no momento nao pretendo fazer... rs. se fosse para ler coisas que realmente pudessem dialogar, eu faria, mas apenas receber violência, não quero. já recebi violência bastante ao longo da minha vida. e ainda recebo com uma política nacional que não me/nos assegura em nada. obrigado pela sua percepção e pelo seu feedback.
realmente não me lembrava que vc escrevia tão bem. saquei isso quando li seu texto sobre a minha performance (assumo: não é happening nem intervneção. é performance. qq coisa mandar o povo estudar a área "Performance Studies" p entender). e curti demais. não só eu, como várias pessoas como o marcelo gandhi e o marcio harum. SEMPRE é necessário a discussão. o melhor no teu texto é que extrapola a obra, usa-a como ponte, trampolim, pra falar de coisas extremamente importantes a todas as pessoas, não só ao artistas: como se usar o NOSSO dinheiro???
até agora to esperando realmente um texto que critique (ponha em crise) meu trabalho. NUNCA digo que meus trabalhos são NOVOS ou ORIGINAIS ou qualquer termo do tipo. nem acredito nisso. ter conhecido berlin o ano passado me mostrou muitas coisas. uma delas é que lá as igrejas são museus. e outra é que as pessoas são mega politizadas. uma coisa que odeio sinceramente é nossa memória de bêbado, que parece rondar a maioria das cabecinhas brasileiras. alguém aí se lembra que existiu e, o pior ainda, que existe uma Ditadura???
se quiser, pode publicar o que escrevi. e comentar sobre, tb. a "filosofia da vaca" é uma das coisas mais presentes em minha vida. e, realmente, é uma pena que as pessoas não conheçam a trajetória dos artistas. pq cada um possui in/de/formação que o leva a criar e realizar suas obras. está conectado diretamente com o que cada um é, fez, quer, viveu, sobreviveu. é isso. pra mim, quando a coisa é boa, mexe com todas as pessoas. e é isso que está acontecendo. como vc sacou, pouco importa a causa. mas, sim, o rumo que isso toma. o fundamental é olhar criticamente e de forma abrangente. e vc acabou de me instigar. arrasa!!! beijinhus...
Debates e polêmicas a parte, o trabalho de Pedro Costa - artista, performer,pesquisador e cidadão do mundo - vai além dos debates filosóficos de botequim, extrapola as resistências culturais descaradamente construídas e instituídas. A valorosa contribuição dele é assumir o risco, enfrentar a inércia local e supra-nacional, abraçar a fronteira, expurgar juntamente com o terço o silenciamento pseudo-artístico local.
ResponderExcluirCarolina Teixeira, coreografa e pesquisadora PPGAC-UFBA.