30 de set. de 2009

Quem tem medo do Lobão Mau?


Lembra daquela velha história da menina de capuz vermelho, que escolhe o caminho mais curto e escuro da floresta, para entregar os doces da vovozinha e acaba sendo devorada pelo lobo mau?
Foi mais ou menos isso que o cantor opinioso Lobão fez com a platéia da FLIPA. Embora tenha criticado veementemente a antropofagia da Semana de Arte Moderna Brasileira, devorou e vomitou o público presente sem pena. Cheguei atrasado no debate de Lobão, mas a tempo de também ser sugado pelas suas contraditórias idéias. A praia da Pipa deixa tudo mais lento e relaxado (trilha de Bob Marley), quando cheguei na tenda de escritores Lobão já mandava das suas. Não faltou ninguém, esculhambou Deus, o mundo e o buraco da cachorra. Todo mundo já deve ter ouvido, discutido, criticado e analisado ao pé da letra cada uma de suas colocações.
A vantagem de um tête-a-tête com Lobão é exatamente esta: ele põe qualquer um para pensar. Entre as baboseiras que ele falou sobre o folclore, política, bossa nova, literatura e novela das oito, muita coisa é pensada pelo inconsciente coletivo e morre na ponta da língua, pois ninguém tem coragem nem a ousadia de levantar da cadeira e falar. Lobão fala. O resto deve ser jogado no lixo. Afinal de contas, em se tratando de Lobão, temos que dá o desconto!
O cantor é um inquieto, que analisa as notícias em todas as suas vertentes e sempre está disposto a esperar o pior, sobre o que for! Todo mundo tem medo de críticas, Lobão não!
Mas até Lobão deve ter um outro lado da moeda. Um deles começa pelo seu amor declarado as novelas da Globo. E aqui com meus botões, fico imaginando como seria a hora que o caçador chega e encontra o Lobão feroz, deitado com o pijama do Pateta, chupando o dedo, abraçado com um bichinho inofensivo de pelúcia. Deixem Lobão falar! Será que ele tem razão?

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